A criação da “Faixa 4” do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) — anunciada pelo Ministério das Cidades nesta semana — deve movimentar o mercado imobiliário no Brasil. Ao menos, essa é a expectativa de entidades e incorporadoras do setor. A ampliação do programa passará a atender famílias com renda de até R$ 12 mil, e permitirá a aquisição de imóveis de até R$ 500 mil a uma taxa de juros de 10,5% ao ano. Até então, o teto do MCMV era para moradias de até R$ 350 mil, e a “Faixa 3” era destinada a pessoas com remuneração de até R$ 8 mil.
A linha estendida do programa prevê ainda a possibilidade de financiamento de até 420 meses, por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Segundo o Ministério das Cidades, a previsão é que mais de 120 mil famílias sejam beneficiadas pela mudança. A pasta ainda diz que a taxa de juros está abaixo das oferecidas no mercado.
O governo ainda não divulgou quando o financiamento começará a ser ofertado, nem outros pontos, como por exemplo, se a linha valerá apenas para famílias que ainda não possuem imóvel registrado. Apesar das indefinições, o diretor da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Luís Augusto Lara Rezende, vê com bons olhos a ampliação.
“Acho que vai ser muito benéfico porque o mercado está carente de programas de financiamento, além disso, os imóveis subiram muito de preço, por causa dos altos custos de produção, o que fez o MCMV dar uma travada em Minas. Mas a expectativa é boa. Se as mudanças forem efetivamente implementadas, vai ser um ganho muito grande,” enfatiza Luís.
O diretor ainda diz que com a nova linha, as pessoas vão poder tirar alguns projetos do papel, que antes não estavam conseguindo viabilizar. “Mas para seguir com essas oportunidades, o governo precisa oferecer taxas mais atrativas e aumentar o subsídio,” sugere.
‘Inclusão’
O vice-presidente Comercial e de Marketing da MRV, Thiago Ely, destaca que o ponto alto da “Faixa 4” é a inclusão de uma parcela de pessoas que não era alcançada. “Cerca de 15% dos clientes que procuram a incorporada atualmente têm renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. Essa população já estava buscando uma oportunidade, mas até então não contava com um financiamento adequado, e tinha que recorrer ao aporte bancário que tem juros na casa dos 12%. Então, o mais interessante dessa ampliação é dar acesso a esse público, que agora poderá comprar imóvel até abaixo do teto.”
Thiago acredita que esse movimento vai beneficiar tanto os clientes quanto as incorporadoras. “A MRV, por exemplo, tem vários imóveis nessa faixa, bem localizados e espalhados por todo Brasil. Hoje, mais de 90% das nossas vendas são feitas por meio do MCMV.”
De acordo com o governo federal, desde a retomada do Minha Casa, Minha Vida foram mais de 1,2 milhão de unidades habitacionais contratadas, com meta anunciada de 2 milhões até o final de 2026.
Sobre a "Faixa 4" do Minha Casa, Minha Vida:
Fonte: otempo.com.br
Cadastre-se e receba novos imóveis direto na sua caixa de e-mail