A Caixa Econômica Federal passou a explorar uma nova frente dentro no setor imobiliário. A ideia é ir além da concessão de empréstimos para a compra e a construção de imóveis, permitindo o acesso ao mercado de capitais. A emissão de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e a assessoria financeira para as empresas na captação de recursos são exemplos de planos disponíveis.
Entrada no setor imobiliário
Banco planeja usar seu banco de investimento para estruturar operações no mercado de capitais. A novidade serve como alternativa de crédito para as construtoras e pode ser oferecida a investidores institucionais especializados no setor.
Meta é aproveitar a experiência que já possuem no setor e contemplar as falhas do financiamento tradicional. A Caixa detém a maior carteira nacional de crédito imobiliário, no montante de R$ 780 bilhões, o que representa 70% do mercado, além de que abrange todo o país e conecta o capital a empresas de várias regiões.
Vários produtos do mercado de capitais foram reunidos para fechar o ciclo completo, tendo acompanhamento de ponta a ponta. Profissionais treinados na avaliação de projetos, engenharia, fluxo de caixa e comportamento de mutuários são aspectos presentes na equipe.
"Não tem como falar de construção civil sem conectar com o nome Caixa. A ideia do mercado de capitais e todos esses serviços que estamos agregando é usar essa expertise para atender melhor o nosso cliente."
-Suely Patrão Buriham, diretora da rede de atacado da Caixa.
Planos disponíveis no mercado
Ação envolve três grandes pilares, sendo complementar a tudo o que a Caixa já faz. Um deles será a emissão de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), voltados para o financiamento com lastro nas receitas das construtoras com vendas de apartamentos, distribuição de dividendos e crédito a clientes, por exemplo.
Assessoria financeira a empresas de construção na captação de recursos. Aqui é para aquisição de terrenos, conclusão de obras ou empréstimo-ponte. As frentes são divididas em captar investidor institucional que dê suporte à exposição de caixa inicial para novos lançamentos e resgatar companhias que têm obras não concluídas por dificuldade financeira.
Nesse plano, a atuação será por meio de dívidas. A emissão de títulos no mercado funciona como uma busca por investidores que topem aportar capital em troca de participação acionária nos projetos.
Terceiro pilar é a assessoria a investidores institucionais na procura de oportunidades de aportes em empresas do setor. Como o desenvolvimento de fundos, injeção de capital em empreendimentos e permuta de terrenos.
Funcionamento, na prática
Ideia é apoiar toda a pessoa jurídica para crescer, podendo atender a todos os tamanhos de companhia, trazendo para o portfólio oportunidades. O mercado de capitais é bastante aderente a empresas maiores, mas agregar a assessoria é uma forma de atender todos os clientes de pessoa jurídica, como atacado e varejo, diz Suely Patrão Buriham, diretora da rede de atacado da Caixa.
Um exemplo: Se uma construtora está querendo fazer um novo projeto ou buscar recursos para poder retomar o ritmo de obras, pode buscar o gerente de relacionamento dela na Caixa e informar o objetivo. Depois, todo o processo começa, incluindo acionar o mercado de capitais.
Diferencial é cobrir toda a vida do empreendimento, de ponta a ponta. Antes, o banco entrava a partir do momento em que o imóvel era lançado e entregue para quem financiou; agora, está usando para encontrar novos recursos e investidores nas fases antecedentes, cobrindo eventuais problemas no caminho.
Como solicitar o serviço
Ser cliente do banco é o primeiro passo. A Caixa só presta esse serviço para quem for cliente, e também é uma maneira de prospectar mais, oferecendo para todo o atacado. Assim, trazem uma nova estrutura para esse público e o mercado de capitais.
Tudo personalizado conforme o que a empresa precisa. Analisam as condições para saber se tem o nível de governança necessário. Também é preparado todo um material para continuar, com pontos como estudo de fluxo de caixa, marketing e projetos de engenharia que estão tocando, diz Marco Buzzo, superintendente nacional de intermediação de títulos e estruturação de dívidas da Caixa.
Cuidado com golpes e fraudes no mercado financeiro. O serviço só pode ser solicitado através do gerente do seu banco, sem ser possível acessar pelo aplicativo, WhatsApp ou outro meio de comunicação não oficial.
Potencial de vendas de R$ 2,3 bilhões
São 19 operações em andamento e uma já concluída, sendo que a fase de testes já começou. A Caixa não abre o valor movimentado nessas operações de crédito, mas situa que os empreendimentos têm potencial de vendas estimado em mais de R$ 2,3 bilhões.
Para 2025, a previsão é crescer, fazer mais 20 operações, e em 2026, dobrar. Ampliando os negócios, Buzzo diz que se funcionar, vão acelerar, se não, vão revisar.
Esse trabalho começou a ser feito há, pelo menos, dois anos. Ao longo desse tempo, foram mapeadas 400 gestoras de recursos que já investem ou possuem interesse em investir em ativos do setor. Ele diz que passaram a conversar com os clientes quando encontravam algum tipo de oportunidade de investimento nos ativos que estão dentro do banco.
"Queremos que a Caixa funcione como um hub, para diminuir assimetrias entre investidor e tomador pelo Brasil inteiro e poder gerar boas oportunidades de investimento, democratizando o acesso ao mercado de capitais."
- Marco Buzzo, superintendente nacional de intermediação de títulos e estruturação de dívidas da Caixa
Fonte: economia.uol.com.br
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